Formando indivíduos
A adolescência é o período de transformação mais intenso da vida do indivíduo. As mudanças são biológicas, cognitivas e sociais.
Na capacidade cognitiva, os adolescentes formam opiniões e o senso de crítica a respeito do mundo. Na dimensão social, esse garoto ou garota enfrenta pressão acerca de quem ele /ela é e de quem quer ser. A descoberta de mundo que pode ou não decepcioná-lo (a), a expectativa e demanda que recai sobre ele. No âmbito biológico, o desenvolvimento que conhecemos como puberdade modifica o corpo todo, e até o cérebro. A fase em que os “hormônios estão à flor da pele”.
O adolescente contemporâneo, além de todos esses fatores, vive a realidade da tecnologia que evolui a cada dia. Tirando o tempo que passa na escola, dispõe da maior parte do restante para o uso de dispositivos móveis e da internet, portanto, grande parte da realidade é virtual.
Esse mergulho no ambiente online traz um desafio para a escola e para os pais: controlar a violência virtual que os colegas cometem um contra o outro e que muitas vezes cometem contra os professores.
De acordo com enquete realizada pelo próprio grupo, cujo o total de respostas foi de 206 pessoas, aproximadamente 62% tinha de 10 a 15 anos quando sofreu o episódio de bullying virtual, ou seja, a maioria frequentava o ensino fundamental.
Por essa razão, nosso grupo conversou com JozimeireStocco, doutora em educação e diretora geral do Colégio Stocco, que atua na formação de crianças e adolescentes dessa faixa etária.
Jozi conta que trabalha com a integração entre a educação e a tecnologia, ou seja, pensa que ambos devem caminhar juntos, pois reconhece seus benefícios. Ao incorporar as tecnologias móveis, o Colégio adotou estratégias para a conscientização do uso .
O colégio acrescentou IPad na lista de materiais para os estudantes e realizou palestras para os mesmos, para a família e professores com autoridades da esfera do direito e da área de comunicação para passar a ideologia do uso sábio da internet. Os palestrantes mostraram a visão dos rastros que são deixados na rede,crimes virtuais, punição legal, etc. O uso dos IPads é monitorado para que sejam utilizados apenas para fins educacionais durante as aulas.
A diretora também explica que os riscos diminuem quando há conscientização recorrente, e não apenas pontual: “Essa educação tem que ocorrer no dia a dia, por meio de diversas ações, como as palestras coletivas, ações individualizadas de orientação, inclusive de advertência se forem necessárias. Devemos mostrar os benefícios que a internet traz, mas também o que ela ocasiona, por isso é tão importante que eles aprendam a se proteger.”.
Jozi enfatiza que o colégio precisa estabelecer um vínculo com a família, no caso do Stocco por exemplo, realizam palestras, eventos e reuniões, para que sempre que forem notados problemas comportamentais, haja uma parceria forte para resolver. “Nem a escola e nem as famílias conseguem educar sozinhos. Temos controle enquanto o estudante está dentro da escola, a partir do momento que toca o sinal, a família necessita ficar atenta com o uso de dispositivos.”
O cuidado que os orientadores tomam para preservar o assédio virtual, segundo Jozi, é acompanhamento, supervisão, acolhimento e carinho para impedir que determinadas situações venham a prejudicá-los futuramente . Por essa razão, o colégio e as famílias precisam estabelecer limites a fim de que as crianças fiquem um passo mais perto de um ambiente pacífico, com respeito acima de tudo.
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