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O cyberbullying e a intolerância religiosa

Foto por Fernanda Hernandes.




 Fala galera!
 Estava aqui pensando, como é ser praticante de qualquer religião na contemporaneidade?
Quando o assunto é contemporaneidade, é completamente imprescindível considerar que praticamente tudo tem influência direta da internet, e também das redes sociais.
Existe um mundo antes e depois da internet e tendo isso em mente, se cria a discussão de sempre: afinal, a internet é boa ou ruim?
Seguindo a linha da religião, junto com a internet surgem diversas plataformas que complementam e para algumas pessoas até substituem procedimentos das religiões. Existem por exemplo conferências, reuniões e missas transmitidas ao vivo pelo Facebook, canais no Youtube, aplicativos da bíblia com todo o conteúdo, sites de oração e milhares de outras maneiras de se manter conectado com a fé.
Em contraposição a esses benefícios que aproximam os indivíduos de seus hábitos de praticar religião e na onda de intolerância e preconceito que surgiram e foram encorajados pelas redes sociais, o cyberbullying ganha espaço para perseguir e aborrecer pessoas que optam por seguir uma religião, ou até mesmo optam por não seguir nenhuma.
Um vídeo que teve grande repercussão na internet mostra o caso de um traficante, que usa o nome de Jesus, para ameaçar à mão armada uma Mãe de Santo a destruir seu próprio centro de umbanda. O caso ocorreu na baixada fluminense e tudo foi postado no Facebook do traficante, que se vangloriava da atitude. Os comentários maldosos não deram pausa para a mulher. Enquanto uns criticavam a atitude, comentários com muitas curtidas eram “Essa religião nem deveria existir” “fez bem” “menos uma propagando essa religião do diabo”
Esse tipo de perseguição que ocorre no cyber espaço caracteriza a falta de respeito com as diferenças que ocorre da internet, e muitas vezes apoiada por outras pessoas, que cometem o cyberbullying apenas por curtir, compartilhar, comentar discursos de ódio em publicações como essas.
Raquel Santos conta o que sentiu quando sofreu cyberbullying pelos integrantes da classe por ser da religião umbanda. “Era uma tristeza me sentir excluída dos grupos sociais da escola. Não tinha amigos simplesmente pelo fato de não ter a mesma religião do que todos de lá”. Raquel tinha o apoio da família, e mesmo assim, conta que a dor não passava. No grupo de WhatsApp da turma, colegas mandavam fotos de macumba dizendo que foram todas feitas por ela. A tortura continuava conforme a rede social mudava: “No Facebook aconteceu uma vez, comentários preconceituosos em minhas fotos, mas pararam porque fui bloqueando aos poucos e não aceitava a amizade de pessoas que faziam isso comigo, justamente para parar de acontecer”
Esses casos não são exceção, e nem um pouco raros. Muitas pessoas enfrentam a perseguição pela internet que difama e abala a autoestima, e sem autoestima, cometem atrocidades contra si mesmas.
O cyberbullying se torna um fenômeno muito pior que o bullying na medida em que toma proporções gigantes que ultrapassam limites territoriais, como no caso da Mãe de Santo, onde haviam comentários de todos os cantos do país e após ser reproduzido pela rede globo, veículonacional. Além desse fator, o cyberbullyingé muito mais invasivo porque não acaba quando a criança, adolescente ou adulto sai do ambiente de estudo ou de trabalho. Continua ocorrendo pelo celular, pelo computador, tablet e qualquer outro ambiente virtual conectado à rede, e sem hora e local.
Voltando ao questionamento inicial, ser praticante de religiões diferentes, ou optar por não praticar nenhuma se complica pelo fato da exposição ser enorme na rede e os indivíduos sentirem que, apenas por ter acesso a alguma informação, têm o direito de opinar preconceituosamente sobre um hábito particular, achando que aquilo não afeta quem está por trás das telas.
O Brasil foi estabelecido como laico pela atual constituição e na teoria pressupõe-se que deve haver o respeito entre toda e qualquer escolha religiosa, portanto na prática isso tem que ocorrer.

Ao ver cyberbullying, por motivos religiosos ou não, denuncie.

Texto: Giullia Micali

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